Patrocínio amanheceu, mais uma vez, envolta em fumaça.
O fogo que começou próximo ao lixão rapidamente se alastrou pela Serra do Cruzeiro, atingindo a Serra do Cristo, um dos principais cartões-postais da cidade.
A população, acostumada com as queimadas que se tornaram rotina, assiste impotente ao avanço das chamas, que transformam o céu em um cenário de cinzas e destroem o que resta das áreas verdes do município.
A devastação não é novidade para os moradores de Patrocínio.
Apenas no início desta semana, um incêndio em uma área de floresta no bairro Dona Diva, na rua Pau Brasil, deixou um rastro de destruição.
Esse episódio é apenas mais um na lista crescente de desastres ambientais provocados pelo próprio governo e que têm assolado a cidade.
Patrocínio, uma das cidades que mais desmata na região, vê suas áreas verdes reduzirem-se a cada dia, tornando o solo cada vez mais impermeável e contribuindo para a desertificação local.
Essa situação agrava o clima, já seco, e torna o ar da cidade cada vez mais poluído.
O resultado é um aumento significativo de doenças respiratórias, que sobrecarregam o já precário sistema de saúde, incluindo o Pronto Socorro e a Santa Casa, que lutam para atender a demanda crescente.
Enquanto a população sofre com os impactos ambientais e de saúde, as autoridades municipais parecem priorizar outros interesses.
A atenção está voltada para obras de asfaltamento, muitas vezes financiadas por meio de recursos que poderiam ser direcionados para a preservação ambiental e melhorias na infraestrutura de saúde.
Essas obras, frequentemente utilizadas como vitrine eleitoral, parecem ter um objetivo claro: eleger mais um fantoche político, mantendo o poder a qualquer custo.
A pergunta que fica é: vale tudo pelo poder?
A população de Patrocínio, sufocada pela fumaça e pela falta de políticas públicas eficazes, merece mais.
Merece um governo que priorize a saúde pública e o meio ambiente, em vez de buscar vantagens eleitorais a qualquer preço.
A degradação ambiental de Patrocínio é um reflexo da falta de compromisso com o futuro.
As queimadas, o desmatamento e a destruição das áreas verdes mostram uma cidade que perdeu o rumo, onde as prioridades estão invertidas e o interesse público é colocado em segundo plano.
A pergunta que a população deve fazer é: até quando?
