Nesta terça-feira, 24 de setembro, fazem quatro anos que a cidade de Patrocínio foi abalada por um dos momentos mais tristes e revoltantes de sua história.
O assassinato brutal de Cássio Remis, advogado e candidato a vereador, deixou uma ferida profunda que nunca cicatrizou.
E o que torna tudo ainda mais doloroso? O responsável pelo crime continua solto, caminhando pelas mesmas ruas, como se nada tivesse acontecido.
O povo de Patrocínio não esquece, e a sensação de injustiça só cresce.
A política na cidade, que já estava conturbada, nunca mais foi a mesma.
Ameaças, perseguições e um clima de medo parecem ter se tornado o novo normal.
Mas será que é isso que Patrocínio merece?
Mais um ano de eleição se aproxima, e a cidade vive à beira de um colapso emocional, rezando para que o horror de 2020 não se repita.
A Tarde que Mudou Tudo
Era 24 de setembro de 2020, por volta das 15h, quando Cássio Remis, em mais um gesto corajoso, fazia uma transmissão ao vivo em seu Facebook, denunciando o que todos na cidade já desconfiavam: a Prefeitura estava usando funcionários e equipamentos públicos para reformar o local que seria o comitê de campanha de um candidato.
Mas em um piscar de olhos, o que era uma denúncia de irregularidade se transformou em um crime brutal.
Seu algoz? Jorge Marra, irmão do prefeito e secretário de Obras.
Cinco tiros.
Foi o que bastou para calar a voz de Cássio, mas o eco dessa tragédia ainda reverbera nas ruas de Patrocínio.
A morte dele foi transmitida para o mundo, e ninguém que assistiu ao ocorrido jamais esquecerá o horror daquele dia.
“Agora chegando o secretário para me agredir” foram suas últimas palavras.
Minutos depois, o silêncio tomou conta da cidade.
Quatro anos se passaram, mas a dor da perda e a revolta pelo descaso permanecem.
O assassino de Cássio, Jorge Marra, nunca pagou pelo que fez.
Ele continua livre, como se a vida de Cássio tivesse sido um detalhe descartável. E isso machuca.
Machuca a família, os amigos e cada cidadão que acreditava em um futuro diferente para Patrocínio.
Cássio Remis morreu por não aceitar a corrupção, por lutar pelo que acreditava ser o certo.
Seu sangue manchou as mãos daqueles que não suportam ser questionados.
Mas, se achavam que sua morte calaria o povo, se enganaram. A luta continua.
Neste ano eleitoral, a tensão está no ar.
Patrocínio não quer mais viver sob o peso da violência política.
O cansaço está estampado no rosto de cada morador, que anseia por mudança e por paz.
A cidade se prepara para uma eleição em que até drones deverão serem usados e uma onda de fiscais voluntários tentará impedir que as velhas práticas continuem no dia 6 de outubro.
Mas o medo de que algo trágico aconteça novamente paira como uma sombra.
Quatro anos sem Cássio, e a dor da perda ainda é intensa.
A família Remis vive o luto e a saudade de um filho, irmão e amigo que se foi cedo demais.
E a população de Patrocínio compartilha esse luto.
Todos sabem que Cássio não precisava ter morrido.
Sua coragem e vontade de transformar a cidade foram cortadas de forma cruel.
Neste aniversário de quatro anos de sua morte, não podemos apenas lembrar do que aconteceu.
Precisamos exigir justiça. Não só para Cássio, mas para todos que acreditam em uma política mais limpa, honesta e justa.
Que a memória de Cássio Remis nunca seja esquecida.
Que sua luta inspire aqueles que querem um futuro melhor para Patrocínio.
E, acima de tudo, que 2024 seja um ano de paz, onde a vida seja respeitada acima de tudo.
Nossos mais sinceros sentimentos à família de Cássio Remis.
A sua dor é também a dor de toda uma cidade.