Pacientes Oncológicos Sofrem Grave Acidente em Veículo Improvisado da Prefeitura de Patrocínio

Na madrugada desta quinta-feira, por volta das 2h30, no km 54 da BR-497, um grave acidente com o veículo de número 508 da Prefeitura de Patrocínio deixou cinco pessoas feridas, incluindo pacientes oncológicos que viajavam para Jales-SP para tratamento.

O veículo, um modelo Fox totalmente inadequado para a tarefa, aquaplanou ao cruzar uma ponte com acúmulo de água, perdeu o controle e quase resultou em uma tragédia.

Os ocupantes – dois pacientes, dois acompanhantes e o motorista – foram socorridos e encaminhados para Uberlândia, onde permanecem em observação médica.

Felizmente, não houve óbitos, mas o episódio expõe de forma alarmante o descaso da administração municipal com a vida humana, especialmente daqueles que já enfrentam a luta contra o câncer.

Descaso com a segurança e dignidade dos pacientes

A principal questão que emerge desse episódio é: por que o ônibus exclusivo para o transporte de pacientes oncológicos a Jales não está em operação?

Durante anos, o veículo foi a solução mais segura e adequada para atender pacientes em condições tão vulneráveis.

Agora, ele parece ter sido substituído por um sistema improvisado, que utiliza veículos pequenos, inseguros e completamente inadequados para trajetos longos.

Além disso, a ausência de ambulâncias em condições de uso agrava ainda mais a situação.

Relatos indicam que a maioria dos veículos destinados à saúde está sucateada, enquanto os pacientes são deixados à mercê de soluções improvisadas.

Essa negligência não é apenas uma falha administrativa, mas também uma demonstração de falta de empatia e humanidade por parte da gestão municipal e dos representantes políticos.

Políticos em descrédito e promessas vazias

Enquanto pacientes enfrentam essa dura realidade, o silêncio dos políticos locais é ensurdecedor.

Onde estão as respostas?

Onde estão as soluções concretas para garantir que os moradores de Patrocínio tenham acesso a um sistema de saúde digno?

A impressão que fica é a de que o bem-estar da população não é prioridade.

Políticos que, em épocas de campanha, prometem uma saúde pública eficiente e investimentos em infraestrutura, agora se mostram omissos diante de uma tragédia anunciada.

O transporte de pacientes oncológicos deveria ser tratado com prioridade máxima, mas a realidade revela que o descaso é regra, e não exceção.

Falta de planejamento e humanidade

O transporte improvisado desses pacientes evidencia uma completa ausência de planejamento.

Pacientes que já vivem uma batalha diária contra o câncer não deveriam ser submetidos a riscos desnecessários por causa de uma gestão desorganizada e insensível.

A situação expõe não apenas a ineficiência da administração municipal, mas também uma alarmante falta de humanidade.

Quantas tragédias mais serão necessárias para que a Prefeitura de Patrocínio assuma sua responsabilidade e garanta condições mínimas de segurança e dignidade?

O Ministério Público precisa investigar e cobrar explicações sobre a falta do ônibus exclusivo, o sucateamento das ambulâncias e a negligência que coloca vidas em perigo.

Os pacientes de Patrocínio merecem muito mais do que improvisações e promessas vazias.

Eles merecem respeito, cuidado e segurança.

É inadmissível que, em pleno século XXI, ainda sejam tratados com tamanha indiferença.

O maior câncer que ameaça a sociedade não é apenas o que corrói corpos, mas o que corrói as instituições: o câncer da corrupção.