O Radar Nacional de Transparência Pública, essa pequena ferramenta tão útil para monitorar a prestação de contas dos órgãos públicos, revelou algo que não chega a ser uma surpresa para quem acompanha a administração de Patrocínio: o Executivo obteve a impressionante nota de 46,66%.
Isso mesmo, quase metade do que seria ideal. E não, não é uma piada. Infelizmente, é a triste realidade de uma gestão pública que parece estar mais preocupada em se manter nas sombras do que em prestar contas à população.
Enquanto o Legislativo se sai com uma nota mediana de 70%, o Executivo, com 13 secretarias e mais de 4 mil servidores, consegue a proeza de deixar em branco os dados mais essenciais: receitas, despesas, folha de pagamento, licitações, contratos… Enfim, nada para ver por aqui, pessoal.É claro, por que incomodar a população com esses detalhes tão triviais quando a opacidade parece funcionar tão bem? Melhor deixar as informações em um portal que ninguém sabe ao certo como acessar, não é?
E enquanto isso, Patos de Minas, que não é exemplo de nada em Patrocínio, alcança o cobiçado certificado de ouro em transparência, ganhando destaque regional e até nacionalmente.
Mas, claro, Patrocínio prefere trilhar o caminho mais “discreto”. Afinal, quem precisa de transparência quando se pode ser mestre na arte da invisibilidade?
Mas, vamos ser sinceros: a verdadeira questão aqui é que a população de Patrocínio merece saber o que está acontecendo com o dinheiro que é seu por direito.
A transparência não é um favor, é uma obrigação.
E o mínimo que os cidadãos podem esperar de uma gestão pública é ser informados, em vez de serem tratados como se vivessem em uma cidade onde a transparência é um conceito abstrato, quase impossível de alcançar.
É hora de parar de esconder a sujeira embaixo do tapete. O povo merece mais do que isso.