Uma recente publicação nas redes sociais vinculada ao prefeito de Patrocínio causou alvoroço ao afirmar que o município ocupa o quarto lugar no ranking de qualidade de saúde entre os municípios, conforme dados do Centro de Liderança Pública (CLP).
A afirmação, embora chamativa, não apresenta o quadro completo e esconde dados alarmantes que deveriam ser considerados pela população e pelas autoridades locais.
Os números divulgados pelo prefeito destacam Patrocínio apenas em relação à “Qualidade da Saúde”, mas uma análise mais profunda dos dados do CLP revela que o município ocupa, na verdade, a 56ª posição em “Acesso à Saúde”.
Essa diferença gritante entre qualidade e acessibilidade indica que, mesmo que os serviços de saúde tenham qualidade, a população não consegue usufruir plenamente deles devido a barreiras no acesso.
Esse contraste revela uma realidade onde os serviços de saúde são, de fato, de qualidade, mas não estão ao alcance de todos os cidadãos de Patrocínio, o que deveria ser motivo de preocupação e debate público.
Além da saúde, outros indicadores apontam para situações críticas em Patrocínio que foram ignoradas na publicação oficial.
A posição do município em “Saneamento Básico” é a 60ª, mostrando que ainda há muito a ser feito para garantir condições básicas de vida para a população.
Na “Qualidade da Educação”, o município figura na 67ª posição, enquanto em “Acesso à Educação” despenca para o 100º lugar. Em relação à “Segurança”, Patrocínio ocupa a preocupante 103ª posição.
Esses dados indicam uma série de desafios que não podem ser ignorados ou mascarados por publicações seletivas que promovem uma visão otimista, porém irreal, da situação.
A gestão pública de Patrocínio também enfrenta sérias dificuldades, como indicado pela 317ª posição no pilar “Funcionamento da Máquina Pública”, evidenciando uma administração ineficiente e, possivelmente, sobrecarregada por processos burocráticos.
A cidade está em 249º lugar no quesito “Capital Humano”, sugerindo problemas na formação e retenção de talentos, e na 202ª posição em “Inserção Econômica”, demonstrando que Patrocínio está longe de aproveitar plenamente seu potencial econômico.
A omissão desses dados críticos não apenas deturpa a percepção pública sobre a realidade de Patrocínio, mas também impede que a população se mobilize em torno de soluções para os problemas mais urgentes da cidade.
A gestão transparente e honesta é fundamental para que os cidadãos possam participar ativamente do processo político e exigir melhorias concretas que atendam às suas necessidades reais.
Rodrigo Fernandes, responsável pela análise crítica que revelou as omissões na publicação oficial, destaca a importância de se engajar politicamente: “Quem não gosta de política vai ser mandado por quem gosta.”
A política local não deve ser um jogo de aparências, mas sim uma ferramenta para promover o bem-estar coletivo e enfrentar os desafios que afetam a vida cotidiana dos cidadãos de Patrocínio.
Somente com informações completas e honestas a população poderá tomar decisões conscientes e cobrar dos governantes o comprometimento necessário para construir uma cidade melhor para todos.