O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, lançou uma proposta que pode mudar drasticamente o futuro da aposentadoria no estado e, possivelmente, no país.
Ele quer que o tempo de contribuição dos trabalhadores seja ajustado automaticamente à expectativa de vida dos brasileiros.
Para Zema, viver mais significa trabalhar mais.
Mas, para quem pega no pesado, enfrenta sol a sol, ou vive em regiões onde a qualidade de vida ainda deixa muito a desejar, isso é mais do que injusto – é desumano.
O argumento do governador se baseia em dados do IBGE, que apontam um aumento na longevidade da população brasileira.
O que ele não menciona é que essa média nacional esconde desigualdades profundas: trabalhadores da construção civil, agricultores e garis, por exemplo, têm menor expectativa de vida devido às condições insalubres de trabalho.
Essas pessoas vivem menos e envelhecem mais cedo, já desgastadas pela rotina exaustiva e pela falta de acesso a cuidados adequados.
Além disso, Zema propôs a contratação de servidores temporários para as instituições militares como uma solução para reduzir os custos com a Previdência estadual.
A ideia, para muitos, é mais um passo na precarização do trabalho, abrindo mão de direitos conquistados com muita luta ao longo das décadas.
Enquanto o governador apresenta suas propostas como modernizadoras, quem está do outro lado do balcão vê uma realidade bem diferente: mais tempo na labuta e menos dignidade na velhice.
Afinal, quem vive o dia a dia do trabalhador sabe que, para muitos, a aposentadoria não é apenas um direito – é a única chance de descanso depois de uma vida inteira de sacrifícios.