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No Brasil, a cada 15 minutos, uma pessoa é infectada pelo vírus HIV. Essa estatística alarmante reflete o desafio contínuo enfrentado pelo país no combate à epidemia. Em 2023, foram registrados 4,5% mais casos em relação ao ano anterior, mas esse aumento também reflete a ampliação da capacidade de diagnóstico e a eficácia das campanhas de testagem precoce.
O Boletim Epidemiológico de HIV e AIDS 2024, divulgado pelo Ministério da Saúde, apresenta dados que exigem atenção. A maior parte dos novos casos foi registrada em homens (70,7%), principalmente entre jovens de 20 a 29 anos. Também preocupa a alta incidência entre pessoas negras e pardas, que representaram 63,2% dos infectados. Além disso, homens que fazem sexo com homens continuam a ser o grupo mais vulnerável, concentrando 53,6% dos casos notificados.
Apesar do aumento nos diagnósticos, há avanços a serem comemorados. O Brasil atingiu uma das metas do UNAIDS, com 96% das pessoas vivendo com HIV já diagnosticadas. Além disso, o índice de mortalidade por AIDS caiu para 3,9 por 100 mil habitantes, o menor desde 2013. Esse dado reflete o impacto positivo do acesso ao tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Avanços na prevenção e diagnóstico
A profilaxia pré-exposição (PrEP) tem sido um dos pilares da estratégia de prevenção combinada. Em 2024, o número de brasileiros utilizando a PrEP dobrou, alcançando 109 mil usuários. Para começar o tratamento, é obrigatório realizar o teste de HIV, o que tem contribuído para identificar precocemente novos casos e reduzir a transmissão do vírus.
Além disso, o Ministério da Saúde lançou um painel de monitoramento para acompanhar dados relacionados ao HIV em tempo real. Essa ferramenta oferece maior transparência e auxilia na criação de políticas públicas mais eficazes, com base em evidências.
Desafios persistem
Apesar das conquistas, ainda há um longo caminho a percorrer. O número de pessoas que não aderem ao tratamento antirretroviral permanece alto, mesmo sendo a única forma de reduzir a carga viral e prevenir a transmissão. O estigma e o preconceito associados ao HIV continuam sendo barreiras significativas, afastando muitas pessoas dos serviços de saúde.
Especialistas destacam que a educação em saúde precisa ser ampliada, especialmente entre jovens e populações vulneráveis. É fundamental promover o uso de preservativos, realizar testagens regulares e disponibilizar tratamento imediato para quem recebe o diagnóstico.
Dezembro Vermelho: um mês de conscientização
O Dezembro Vermelho, campanha criada em 2017, vai além da iluminação de prédios públicos com a cor vermelha. Trata-se de um movimento nacional de mobilização para conscientizar sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento contínuo do HIV. Durante o mês, diversas ações são realizadas, como palestras, distribuição de preservativos e mutirões de testagem gratuita.
Essa iniciativa também busca enfrentar o preconceito, incentivando a solidariedade com as pessoas que vivem com o vírus. “O HIV não é mais uma sentença de morte. Hoje, com o tratamento adequado, é possível ter uma vida longa e saudável”, ressalta um médico especialista em doenças infecciosas.
A importância do esforço coletivo
Atualmente, cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV no Brasil. Embora a prevalência seja de 0,4% entre adultos, os números mostram que o vírus ainda afeta desproporcionalmente determinados grupos.
A UNAIDS alerta que, globalmente, 39,9 milhões de pessoas vivem com HIV. No Brasil, o compromisso com a prevenção combinada – que inclui preservativos, PrEP, diagnóstico e educação – continua sendo a melhor estratégia para conter a epidemia.
O Dezembro Vermelho é um lembrete de que a luta contra o HIV não pode ser interrompida. Com avanços no diagnóstico, tratamento e campanhas de conscientização, é possível transformar essa realidade e salvar vidas.