Perseguição: uma jogada que parece retirada diretamente dos manuais mais arcaicos do coronelismo, a prefeitura de Patrocínio está sendo acusada de coagir funcionários públicos, fornecedores e prestadores de serviços a participar de reuniões políticas.
A denúncia foi trazida à tona pelo site do Portilho, que expôs um modus operandi de assédio e intimidação que deixa claro o quanto certas práticas políticas continuam mais vivas do que nunca, mesmo em tempos que deveriam ser de progresso e democracia.
Segundo as denúncias, a participação nas reuniões políticas não é apenas sugerida, mas obrigatória, com a ameaça explícita de anotações nos nomes dos não participantes e possíveis transferências de local de trabalho.
Isso sem contar as insinuações veladas de exoneração, que pairam como uma espada de Dâmocles sobre a cabeça dos funcionários públicos.
O relato é alarmante: “Todos os funcionários públicos da prefeitura municipal de Patrocínio, fornecedores e prestadores de serviços estão sendo coagidos e obrigados a participar de reuniões políticas. Essa prática é um exemplo de coronelismo.”, diz o texto.
Coronelismo. Um termo que nos remete a um Brasil antigo, rural, em que mandonismos e clientelismos determinavam a vida e a morte de trabalhadores.
Os tempos mudaram, mas parece que certas mentalidades não.
A coerção para participação em eventos políticos é uma violação gritante dos direitos dos trabalhadores e uma afronta à democracia.
Os funcionários municipais são tratados como peças de um tabuleiro, deslocados e humilhados conforme a conveniência do poder vigente.
Mas a denúncia vai além, mostrando que a situação é ainda mais sombria para os mais humildes.
“Os funcionários públicos municipais precisam se libertar dessas perseguições, reuniões obrigatórias e intimidações de exoneração, além de serem colocados ‘de castigo’ e humilhados ao serem forçados a participar dessas reuniões.”
Parece um cenário de distopia, mas é a realidade cotidiana para muitos trabalhadores de Patrocínio.
E a ironia final: a “solução” imposta para esta manipulação é a organização de reuniões em suas próprias casas para conseguir votos.
Ou seja, a opressão vira uma bola de neve, perpetuada por um sistema que usa o medo como ferramenta de controle.
E aqui entra um elemento adicional que torna a situação ainda mais intrincada: a manipulação religiosa.
A denúncia aponta que a “turma do Glória a Deus” está abusando dos funcionários, com uma contratação desproporcional de pessoas de uma única religião.
Parece que a fé, que deveria ser um refúgio pessoal e uma fonte de força, está sendo utilizada como moeda de troca no jogo político.
Essa situação levanta questões cruciais sobre a separação entre religião e Estado.
A instrumentalização da fé para fins políticos é uma das formas mais nefastas de manipulação, colocando em xeque a própria essência de liberdade religiosa.
A indignação é palpável:
“Centenas de funcionários de uma única religião foram contratados, enquanto os demais da mesma religião estão ficando sem nada.”
A denúncia lança luz sobre uma prática de favoritismo que alimenta divisões e ressentimentos, minando a coesão social e a justiça no ambiente de trabalho.
Diante desse quadro, a mensagem é clara: a mudança está nas mãos dos cidadãos.
O voto, no dia 6 de outubro de 2024, é a ferramenta poderosa que pode quebrar o ciclo de abuso e opressão.
É uma chamada à ação, um lembrete de que a democracia não é apenas um direito, mas uma responsabilidade.
A mácula eleitoral descrita não pode ser removida por meios tradicionais, apenas pela coragem coletiva de dizer “não” ao assédio e à manipulação.
Que os eleitores de Patrocínio façam valer a sua autoridade, transformando o voto em um ato de libertação.
A luta contra a coerção e o abuso político é um imperativo moral.
Que este 6 de outubro seja um marco de mudança, onde a voz do povo prevaleça sobre as manobras dos poderosos.
A liberdade e a dignidade dos trabalhadores de Patrocínio dependem disso.
Mateus 7:15-16 (NVI):
“Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a vocês vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores. Vocês os reconhecerão por seus frutos. Pode alguém colher uvas de um espinheiro, ou figos de ervas daninhas?”