Religião em Minas Gerais passa por transformações, aponta Censo 2022 do IBGE
Número de católicos diminui no Estado, enquanto evangélicos e pessoas sem religião registram crescimento; mulheres predominam em quase todas as crenças

A religiosidade em Minas Gerais tem passado por mudanças significativas nos últimos anos, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme os resultados preliminares da amostra do Censo 2022, o número de pessoas que se declaram católicas caiu de 71% da população mineira em 2010 para 63,5% em 2022 — uma redução de 7,5 pontos percentuais. Ainda assim, o catolicismo segue como a religião com mais adeptos no Estado, acima da média nacional, que atualmente é de 56,8%.
Em contrapartida, os evangélicos apresentaram crescimento expressivo em Minas, passando de 19,5% para 24,8% da população entre 2010 e 2022. Esse avanço acompanha a tendência nacional, que saltou de 21,6% para 26,8% no mesmo período. Segundo o IBGE, o Estado tem atualmente cerca de 11,5 milhões de católicos e 4,5 milhões de evangélicos.
Outro grupo que vem crescendo é o dos que se declaram sem religião, que agora representam 5,7% dos mineiros — um leve aumento em relação aos 5,1% registrados no último censo. Já os praticantes de outras religiões somam 3,2% da população, enquanto os espíritas correspondem a 2,2%. Adeptos de umbanda e candomblé chegaram a 0,5%, e os seguidores de tradições indígenas, 0,02%. Cerca de 0,08% da população não declarou sua crença.
Capital segue tendência estadual
Em Belo Horizonte, os dados revelam um cenário semelhante ao do Estado, porém com um número menor de católicos: 53,13% da população se identifica com essa religião. Os evangélicos correspondem a 27,29% e as pessoas sem religião, 9,75%. Já os praticantes de outras crenças somam 4,99% e os espíritas, 3,92%.
Diferenças por idade e gênero
A pesquisa também trouxe informações sobre a distribuição da religiosidade por faixa etária e gênero. Os dados apontam que a presença de católicos aumenta com a idade: pessoas com 80 anos ou mais são, em sua maioria, católicas (77,9%). Por outro lado, entre os evangélicos, a proporção diminui entre os mais velhos, chegando a 16% nesse mesmo grupo etário.
Já a população que não segue nenhuma religião atinge o maior percentual entre os jovens de 20 a 24 anos (9,3%), caindo progressivamente até menos de 2% entre os mais idosos.
Em relação ao gênero, as mulheres são maioria entre os praticantes da maioria das religiões. Entre os católicos, elas representam 50,6%, e entre os evangélicos, 59,5%. Apenas nas tradições indígenas os homens são maioria, com 53,1% dos adeptos.
Os dados fazem parte de um levantamento detalhado do IBGE sobre religiosidade no Brasil, que permite acompanhar as mudanças no perfil de crenças da população e observar tendências demográficas associadas às práticas religiosas.
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