A ação foi coordenada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) – por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Polícia Militar (PMMG) e Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Com base em elementos levantados durante as investigações, foram expedidos de 106 mandados de prisão, de busca e apreensão (incluindo presídios de Minas Gerais e Rio de Janeiro), além de ordens judiciais de sequestro de bens imóveis, veículos e valores, e de suspensão de atividades de empresas.
As ações ocorreram nas cidades de Belo Horizonte e Contagem (Minas Gerais); Rio de Janeiro (Rio de Janeiro); Foz do Iguaçu (Paraná); Praia Grande, Ribeirão Preto e São Bernardo do Campo (São Paulo); Paranaíba (Mato Grosso do Sul); Sinop (Mato Grosso) e Britânia (Goiás).
Saldo
Até o momento, 14 suspeitos foram presos, sendo ainda apreendidos cerca de 200 quilos de maconha, um fuzil calibre 556, dez pistolas de calibres variados, dois revólveres, milhares de munições, três veículos, celulares e extratos bancários.
Já as ordens judiciais de sequestro resultaram na retenção de R$ 345 milhões de contas bancárias, aplicações financeiras, títulos de capitalização, cadernetas de poupança, investimentos, ações e cotas de capital dos investigados e suas pessoas jurídicas.
Investigação
Em mais de dois anos de investigação, o Grupo de Combate às Organizações Criminosas da PCMG, com o auxílio do Grupo de Combate às Organizações Criminosas da PMMG e de agentes de inteligência da Polícia Rodoviária Federal, todos com atuação junto ao Gaeco do MPMG, apurou o funcionamento em Minas de uma organização criminosa vinculada a uma grande facção carioca.
O grupo investigado, instalado na Cabana do Pai Tomás, região Oeste de Belo Horizonte, atuava não apenas no aglomerado, como também em outras áreas do estado.
Ele estaria envolvido em crimes como tráfico de drogas, posse e porte ilegal de armas de fogo e lavagem de capitais.
No curso das investigações, os policiais mapearam a atuação de vários integrantes dessas organizações criminosas, cada um exercendo uma atribuição específica, incluindo não apenas as atividades criminosas típicas.
De acordo com o delegado da PCMG Marcus Vinícius Lobo Leite Vieira, integrante do Gaeco e coordenador do Grupo de Combate às Organizações Criminosas, “ao longo das investigações, observamos que táticas utilizadas no estado do Rio de Janeiro estavam sendo replicadas no aglomerado Cabana do Pai Tomás, tais como ameaças a moradores para fins de utilização de sinal de internet e ações assistencialista, como fornecimento de alimentação em épocas natalinas e apoio jurídico em casos de prisão de integrantes de uma mesma facção”.
Ainda foi apurada pelos policiais uma complexa rede de lavagem de capitais, principalmente do narcotráfico, com a participação de pessoas físicas e jurídicas de vários estados do país.
Operação
A operação de hoje contou com o apoio operacional de delegacias especializadas da PCMG; de batalhões da PMMG; das Coordenadorias de Recursos Especiais (Core’s) das polícias civis de Minas Gerais e do Estado do Rio de Janeiro; da Polícia Civil do Estado de São Paulo; das equipes dos canis e dos hangares da PCMG e da PMMG; da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público do Rio de Janeiro (CSI/MPRJ) e dos Gaecos dos Ministérios Públicos do Mato Grosso do Sul, do Mato Grosso, de São Paulo, de Goiás e do Paraná.
Participam da ação 103 policiais civis, 80 policiais militares, nove promotores de Justiça, dois policiais penais, além de servidores administrativos da PCMG.
*Com informações do MPMG