
O motorista do caminhão envolvido no trágico acidente que matou 41 pessoas na BR-116, em Teófilo Otoni, se entregou à Polícia Civil na tarde desta segunda-feira (23). Acompanhado por advogados, ele compareceu a uma delegacia da cidade e está prestando depoimento. O condutor era considerado foragido desde o ocorrido, na madrugada de sábado.
A identidade do homem, natural do Espírito Santo, ainda não foi divulgada. As investigações revelaram que ele dirigia com a habilitação suspensa desde 2022, quando se recusou a fazer o teste do bafômetro em uma blitz da Lei Seca em Mantena, no Vale do Rio Doce. Além disso, há indícios de que a pedra de granito transportada pelo caminhão estava acima do peso permitido, contribuindo para o desastre.
O acidente aconteceu no km 285 da BR-116, na comunidade rural de Lajinha, em Teófilo Otoni. A pedra de granito se soltou do caminhão e atingiu um ônibus que seguia de São Paulo para a Bahia com aproximadamente 45 passageiros. Após a colisão frontal com uma carreta, o ônibus pegou fogo, resultando na morte de 41 pessoas. Apenas oito passageiros conseguiram escapar com vida, mas uma das vítimas não resistiu antes de chegar ao hospital.
Equipes do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, PRF, Samu e Polícia Militar atuaram no local. Os bombeiros conseguiram controlar o incêndio, retiraram os corpos carbonizados e usaram guinchos para destombar o ônibus. O trânsito ficou interditado por mais de dez horas.
Os corpos das vítimas foram transferidos para o Instituto Médico Legal (IML) em Belo Horizonte para identificação. Até o momento, 12 vítimas já foram identificadas e seis corpos liberados às famílias.
A Polícia Civil continua investigando o caso, com foco na manutenção e no transporte irregular da carga. Autoridades também avaliam possíveis falhas no acondicionamento da pedra de granito e na fiscalização da rodovia.
O Corpo de Bombeiros destacou o trabalho das equipes no local. “Foi uma das ocorrências mais complexas que enfrentamos. Nosso objetivo foi dar dignidade às vítimas e às suas famílias”, afirmou um representante da corporação.
A tragédia deixou o país em luto e levantou questionamentos sobre a fiscalização do transporte de cargas e a responsabilidade dos motoristas nas rodovias brasileiras.
Créditos da imagem: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.