Política

Markin Remis denuncia Ricardo Balila por quebra de decoro e menciona prazo de 5 dias para apresentação ao Plenário

Comportamento do vereador durante sessão da Câmara incluiu ofensas a colegas, tumulto deliberado e, curiosamente, uma intervenção telefônica em plena tribuna.

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O vereador Markin Remis protocolou na última sexta-feira, 30 de maio, uma representação por quebra de decoro parlamentar contra o vereador Ricardo Antônio Rodrigues, conhecido como Ricardo Balila. A denúncia será apresentada ao Plenário no prazo regimental de cinco dias, conforme determina o artigo 17 do Código de Ética da Casa.

O documento descreve um conjunto de comportamentos protagonizados por Balila durante a 15ª reunião ordinária da Câmara, ocorrida em 27 de maio, que — se não fossem tristes pela gravidade institucional — beirariam o pitoresco. Entre os episódios relatados, consta o uso de termos depreciativos dirigidos ao vereador Alcides Dornelas, incluindo comentários de insinuação racial e zombarias quanto à sua longa trajetória política, além de uma tentativa um tanto desastrada de desqualificação intelectual.

Num gesto de espontaneidade que desafiou a liturgia do cargo, Balila teria ainda atendido uma ligação durante a sessão, reproduzindo o áudio da conversa no microfone da Casa, enquanto a promotora regional do Meio Ambiente aguardava a vez de falar. Como se não bastasse, o vereador escalou o guarda-corpo de vidro que separa o plenário do auditório — um gesto que, embora talvez inédito na história do Legislativo municipal, dificilmente será lembrado por sua elevação cívica.

A representação aponta que tais condutas transgridem diversos dispositivos do Código de Ética e ferem diretamente os princípios da urbanidade, da ordem institucional e do respeito mútuo entre os parlamentares. Balila, segundo o documento, ignorou advertências da presidência, elevou o tom de voz e prejudicou o andamento regular da sessão.

A denúncia será agora submetida à deliberação do Plenário. Caso acolhida, poderá resultar na abertura de procedimento disciplinar, com sanções que variam desde advertência até penalidades mais severas, a depender da gravidade apurada e da eventual reincidência.

A representação parlamentar é um exercício de dignidade, não um palco para performances desmedidas. A tribuna, espaço nobre de defesa do interesse público, exige do orador mais do que presença: exige postura, sobriedade e espírito republicano. Quando o discurso se degenera em ataque pessoal, e o microfone é usado como alto-falante para desordem, perde-se mais do que o decoro — perde-se a confiança no papel do Legislativo.

O vereador Ricardo Balila, ao confundir firmeza com desequilíbrio, e protagonismo com desrespeito, parece crer que ousadia substitui responsabilidade. Mas o espetáculo político não pode ignorar os limites éticos que sustentam a credibilidade das instituições. Afinal, o mandato não é um show — e o plenário, por mais que se pareça às vezes, não é um picadeiro.

 

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