Patrocínio ganhou mais um capítulo no escândalo interminável envolvendo Jorge Moreira Marra, o ex-secretário de Obras que parece ter levado o conceito de “serviço público” ao pé da letra – mas só quando era pra servir a si mesmo.
Agora, condenado por improbidade administrativa, Marra terá que devolver aos cofres públicos mais de R$ 108 mil e, de quebra, terá seus direitos políticos suspensos por oito anos.
Ah, que surpresa!
Uma carreira marcada pela ética… só que não
Vamos recapitular: Marra, aquele que ficou famoso por “acidentalmente” assassinar o ex-vereador Cássio Remis em 2020, agora aparece novamente nos holofotes.
Desta vez, por ter utilizado máquinas e servidores públicos para dar uma mãozinha nas reformas de sua fazenda.
É, isso mesmo, Marra, que na época era secretário de Obras, achou que ninguém notaria as escavadeiras e os caminhões da prefeitura trabalhando na construção de uma estrada e de uma ponte em sua propriedade privada. Sutil, não?
A sentença, proferida pela juíza Maria Tereza Horbatiuk Hypolito, determinou que ele ressarça o valor dos “favores” que fez a si mesmo.
Além disso, ele vai pagar uma multa do mesmo valor – sim, dobrado, para garantir que ele sinta no bolso.
E para não esquecer, Marra também está proibido de contratar com o poder público por oito anos.
Bem, parece que o tempo de usar as máquinas da prefeitura para consertar a cerca da fazenda acabou, agora precisa acabar também nas fazendas de outros parentes, especialmente em Folhados.
Cássio Remis: A denúncia que custou a vida
E a cereja do bolo? Quem fez essa denúncia que acabou levando à condenação foi ninguém menos que Cássio Remis, o vereador que Marra “gentilmente” eliminou em 2020.
Na ocasião, Remis denunciava o uso indevido dos recursos públicos por Marra e foi surpreendido com balas em vez de argumentos.
O ex-secretário claramente não lida bem com críticas.
Agora, ironicamente, a justiça que Remis tanto buscava finalmente foi feita.
Claro, ainda não devolve a vida de quem ousou desafiar o império Marra, mas pelo menos deixa um gostinho de justiça para quem acompanhou esse caso absurdo.
É como se, do além, Cássio dissesse: “Eu avisei!”
Moral da história?
A condenação de Jorge Marra só reforça algo que todo mundo em Patrocínio já sabia: quando o poder sobe à cabeça, tem gente que acha que o serviço público é, na verdade, o seu serviço pessoal.
Mas parece que os dias de Marra, em que ele mandava e desmandava, finalmente chegaram ao fim.
Pelo menos até o próximo escândalo, porque em se tratando de certas figuras, a gente já aprendeu a não se surpreender.
Cássio Remis denunciou e pagou com a vida, mas quem diria? A justiça chegou, só demorou uns anos para acordar.
Assassino, condenado e inelegível. A carreira de Marra vai de vento em popa… só que ao contrário.
Se cometeu crime? Claro que sim.
Se esperava ser pego? Ah, esse é o toque especial da ingenuidade!.
A ironia é inevitável: Remis, que pagou com a própria vida ao expor as irregularidades de Marra, foi, em parte, responsável por essa condenação.
O ex-vereador denunciava há tempos o uso indevido de recursos públicos por Marra, mas o desfecho trágico só deixou mais evidente o perigo que Cássio corria ao enfrentar um adversário com tanto poder.
Agora, a justiça tardia finalmente chegou para Marra.
Que esse ano não tenhamos mais mortes por motivações políticas.