A deputada federal Greyce Elias foi uma das principais figuras presentes no ato pela anistia realizado neste domingo (7) na Avenida Paulista, em São Paulo.
Ao lado de parlamentares de diferentes estados e do deputado federal Nikolas Ferreira, Greyce reforçou o apelo por justiça, liberdade e respeito à Constituição, em um dos maiores protestos do ano.
Em seu discurso e nas redes sociais, Greyce usou uma citação bíblica para inspirar os manifestantes.
“A palavra de hoje é: o Senhor deu, o Senhor tirou. Bendito seja o nome do Senhor”, disse, referindo-se ao versículo de Jó 1:21.
Para a deputada, assim como Jó, os brasileiros também vivem momentos difíceis, mas devem manter a fé e lutar por justiça.
“Estamos aqui para manter a democracia e a liberdade do nosso país. Justiça para todos, de forma igual, de acordo com a nossa Constituição”, declarou.
Ao seu lado, Nikolas Ferreira foi ainda mais incisivo e fez críticas diretas ao ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Em tom enérgico, afirmou que “é um absurdo ter que sair às ruas apenas para pedir o óbvio”.
Para o deputado, punições severas têm sido aplicadas de forma desigual. “Altas penas são para criminosos, não para baderneiros”, disparou.
Nikolas também pediu mobilização nas redes sociais, destacando que o ato marca “mais um capítulo da luta pela liberdade no Brasil”.
A manifestação levou milhares de pessoas à Avenida Paulista, todas vestidas com as cores da bandeira nacional.
Ainda sem estimativa oficial, o público presente foi visivelmente maior do que o registrado no ato semelhante em Copacabana, no mês passado.
O evento também contou com a participação de governadores com forte influência política, como Ronaldo Caiado (GO), Romeu Zema (MG), Ratinho Jr. (PR), Jorginho Mello (SC) e o anfitrião Tarcísio de Freitas (SP).
Em sua fala, Tarcísio reforçou os pilares da mobilização: “liberdade, anistia, pacificação e esperança”.
A presença de Greyce Elias e a contundência do discurso de Nikolas Ferreira evidenciam o peso político do ato, que pode ter reflexos nas articulações para as eleições de 2026 e na crescente pressão por mudanças no cenário jurídico e institucional do país.
Discurso de Nikolas Ferreira na Avenida Paulista – Íntegra
Temos que ir pra rua pra poder dizer o óbvio de que altas penas é pra criminosos e não pra baderneiros. Ditadores de toga, principalmente como Alexandre de Moraes, se utilizou do dia 8 pra nos amedrontar. Se lascou! Olha a gente aqui! Essa é a resposta pra você, seu covarde!
E digo mais, fizeram de tudo pra poder massacrar a maior liderança política desse país, que é a Bolsonaro. Digo novamente, se lascou! Presidente Bolsonaro, o Brasil quer uma coisa. Em 2026, vota pra dourar! Sabe por quê? Porque a gente tá cansado de ver criminosos soltos, traficantes soltos, corruptos soltos, enquanto o que a gente quer nesse país é paz. O que a gente quer nesse país é, como há tempos atrás, criminoso sendo preso de verdade.
Cadê a Polícia Federal pra fazer busca e apreensão em casa de corrupto? Só vai na casa de deputado agora por crime de opinião? Tome vergonha na cara de vocês! Esse país é nosso! Não é de ditador! Não é do STF! Não é de nenhum de vocês!
Para o debochado do ministro Barroso, que falou… Primeiro, isso é uma fala de bandido quando vai roubar alguém. O que você está querendo dizer com isso, Barroso? Que as eleições de 2022 nós somos assaltados? É isso que você quer dizer? Porque se for isso, fique em paz, daqui a um ano e meio tem eleições de novo.
Mas, quero reforçar aqui novamente, de que o verde e amarelo só está sendo perseguido neste país, porque nós estamos do lado certo. Eu sei que seria muito mais conveniente para cada um de nós estarmos em nossas casas, estarmos em nossos aposentos, mas nós estamos aqui dizendo para eles que estão nas suas casas e não têm a liberdade de estar no meio do povo, de que esse país não desiste da justiça, que esse país não desiste do que é o certo, que esse país não desiste de um dia ver o Brasil do futuro, que foi tanto prometido para nós.
E eu confesso para vocês, enquanto aquelas pessoas estavam presas ali por conta do dia 8, injustiçadas, como a Débora, como Clezão, que perdeu a sua voz, durante um bom tempo eu achei que eles iriam amedrontar, parar à direita, mas posso te dizer, aquela música de que eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor, e que a gente não desiste nunca, pela primeira vez, ela não foi cantada somente no estádio de futebol para pedir mais um gol ou uma vitória, nós estamos pedindo a vitória do nosso país aqui hoje, nessas ruas, pela nossa liberdade, por aquilo que nós acreditamos.
Olha, eu sei que a nossa luta, ela não é somente política. E eu não posso me ausentar de dizer isso aqui hoje. Pra poder falar aqui, eu orei, eu jejuei. Porque eu sei que a nossa voz, ela toca corações e toca almas. Eu não sei se vai ser nessa geração. Eu não sei se vai ser nessa geração. Que a gente vai ver o nosso país, que a gente deseja. Mas o país que a gente deseja, passa pela luta de agora. Passa pelo sacrifício de hoje. Passa por você, pai e mãe, que ora pelos seus filhos. Que ora por essa nação. Errados estão eles. Errados estão eles. De não acreditar que esse país um dia vai dar certo.
E posso dizer pra vocês. Se algum dia, esse homem que está aqui. Bolsonaro. Mesmo que um dia esse homem vá pra cadeia. E tem uma má notícia pra vocês. Não somente ele. Não somente ele. Mas todos, um dia, nós iremos morrer. Mas mesmo, quando Bolsonaro passar. Quando eu passar. Quando você passar. Posso falar uma coisa? Tem um que está sobre todos. Tem um que está sobre todo o nome. Tem um que está sobre todo o governo.
E assim como o Davi, quando enfrentou o Golias. Falou, olha, você vem pra cima de mim. Com arco, com flechas. Mas eu vou contra vocês. Pelo senhor dos exércitos. Eu não falo isso aqui da boca pra fora. Eu falo isso daqui. Porque eu acredito, acredito mesmo. De que os sacrifícios de hoje. São a vitória pra amanhã.
Recado. Eu quero ler algo aqui pra vocês. Eles têm a toga. Quando eu terminar, você pode dar um grito a cada frase, beleza? Pensa que o Xandão tá aqui em cima e você tá falando pra ele:
Eles têm a toga, mas nós temos o povo.
Eles têm a caneta, mas nós temos a voz.
Eles mentem no escuro, mas a verdade é a luz.
O Brasil sangra, mas não se ajoelha.
O Brasil chora, mas não se cala.
Enquanto houver povo, haverá esperança.
Enquanto houver Bolsonaro, haverá esperança.
Enquanto houver brasileiro, haverá esperança.
Enquanto houver Brasil, haverá liberdade.
Porque o Brasil é nosso! O Brasil é nosso!”
