“Eu não quero nenhum cargo na Prefeitura, nem tampouco a minha esposa”, disse Balela. Mas e o passado?

Parece que a memória do Balela anda tão seletiva quanto sua interpretação da realidade.

Até outro dia, ele repetia incansavelmente que não tinha esposa.

Mas agora, depois de ser atropelado por um sonoro 14×1 na disputa pela presidência da Câmara, eis que o matrimônio ressurge como um passe de mágica.

Em vídeo, com direito a tom dramático e ares de injustiçado, Balela resolve reivindicar para si uma companheira que, curiosamente, só passou a existir quando lhe convinha.

A questão, porém, não é o estado civil do ilustre vereador. O problema está na contradição escancarada: enquanto ele precisava manter contratos com a Prefeitura, o casamento sumia do mapa.

Mas agora, de repente, sua esposa – aquela mesma que ele negava – vira pauta para justificar um suposto favorecimento da atual gestão.

O detalhe é que o contrato dela vem da era “Boca Torta”, um governo que dispensa apresentações, recheado de escândalos que vão dos barracões da Casemg e Astolfo Mendes ao crime ambiental na Serra do Cruzeiro.

E já que estamos falando de falhas de caráter, vale lembrar: um ex-secretário foi preso em flagrante comprando votos para o Balela.

Vereador Ricardo Balila Pode Perder a Vaga na Câmara Após Flagrante de Compra de Votos por Ex-Secretário de Esportes, Maurílio Gabriel

Listas com nomes, vales combustível, uma operação bem organizada, mas que terminou da forma mais previsível possível: com a Polícia colocando as mãos no esquema.

A derrota de Balela foi humilhante, mas parece que a maior dor não foi o placar de 14×1, e sim a impossibilidade de comprar um final diferente para essa história.

Agora, em um malabarismo retórico digno de nota, Balela tenta se reinventar. Quer transformar sua esposa – que não era esposa – em vítima de uma perseguição inexistente.

O problema não é que a atual gestão tenha contratado a mulher dele. Ela já estava lá desde os tempos do “Boca Torta”, ganhando mais de R$ 12 mil por mês, enquanto ele jurava aos quatro ventos que nem casado era.

No fim das contas, a única coisa que Balela não consegue comprar é credibilidade.

Ele pode até tentar criar narrativas mirabolantes, mas os fatos são implacáveis.

E, nesse caso, o maior inimigo de Balela não é a gestão atual ou seus adversários políticos. É sua própria boca.

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Agora, um acróstico legal para representar Balela:

Bate no peito como moralista, mas a hipocrisia grita.

Afirma uma coisa hoje, desmente amanhã sem vergonha.

Ludibria para manter contratos, mas finge indignação.

Esposa some e reaparece conforme a conveniência.

Leal apenas ao próprio bolso, nunca à verdade.

Acabou em desgraça, derrotado por si mesmo.

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