
A falta de professores nas escolas estaduais de Patrocínio tem causado preocupação entre pais e alunos.
Na Escola Estadual Venina Tavares Amaral, no distrito de Salitre de Minas, a situação é alarmante: um cargo de professor de Geografia, Matemática, Química, Física já chegaram aos 29º editais de contratação sem que ninguém assuma a vaga.
O problema se repete em diversas escolas da cidade. Com a implementação do Ensino Médio em Tempo Integral, as dificuldades aumentaram ainda mais.
Sem professores suficientes, disciplinas estão sendo ministradas por docentes de outras áreas, que acabam acumulando funções e ensinando conteúdos para os quais não têm formação específica.
Há casos de professores de Ciências Humanas que precisam lecionar Projeto de Vida, Eletivas e até matérias ligadas à área das ciências exatas.
A incerteza sobre o futuro escolar tem gerado revolta, principalmente entre os estudantes do terceiro ano, que precisam se preparar para o Enem e vestibulares.
Enquanto isso, a Secretaria de Educação do Estado segue sendo cobrada por soluções urgentes para garantir o direito básico à educação e evitar que mais alunos sejam prejudicados.
A situação em Minas Gerais
Com 80% dos docentes contratados temporariamente, rede estadual sofre com instabilidade e déficit de profissionais efetivos.
A situação da educação em Minas Gerais tem gerado preocupação devido à alta dependência de professores contratados temporariamente.
Atualmente, dos 163.242 docentes da rede estadual, cerca de 80% não possuem vínculo efetivo, o que compromete a continuidade do ensino e a estabilidade dos profissionais.
Nos últimos dez anos, o número de professores temporários aumentou em impressionantes 540%, saltando em 65,3 mil contratações.
Enquanto isso, o quadro de docentes efetivos encolheu drasticamente, com uma redução de 69,3 mil profissionais, representando uma queda de 77%.
Essa inversão tem tornado os contratos precários uma regra no sistema educacional mineiro.
A Secretaria de Estado de Educação realizou seis concursos públicos entre 2014 e 2023, resultando na nomeação de quase 42 mil professores, sendo 24 mil nos últimos cinco anos.
No entanto, mesmo com essas contratações, o número total de docentes na rede estadual caiu de 167.043 em 2014 para os atuais 163.242, evidenciando um déficit que ainda não foi solucionado.
A predominância de profissionais temporários, que deveriam ser exceção, tem afetado diretamente a qualidade do ensino.
A incerteza sobre a continuidade dos contratos e a falta de estabilidade prejudicam tanto os docentes quanto os alunos, que enfrentam constantes mudanças e ausência de professores.
Muitas pessoas passaram no concurso e poderiam ser chamados, mas o não são. Poderia ser feito no concurso, mas o próprio governador disse que não gosta de servidor efetivo porque não trabalham, queria tercerizar a educação, inclusive tem o projeto piloto somar.