A menos de 35 dias para o fim de sua gestão, o prefeito Deiró Moreira Marra assinou um decreto que autoriza a liberação de R$ 594 mil para a construção de avenidas sanitárias em Patrocínio.
Embora o recurso seja oriundo de excesso de arrecadação com a venda de bens públicos, a medida está sendo alvo de questionamentos, sobretudo porque obras desse tipo dificilmente são iniciadas ou concluídas em tão pouco tempo.
O que chama a atenção é o momento em que o decreto foi publicado.
A Lei de Responsabilidade Fiscal proíbe que gestores assumam compromissos financeiros no fim do mandato sem garantir que as despesas sejam pagas no próprio exercício financeiro.
Com a transição de governo em curso, há quem veja nessa decisão um movimento arriscado, que pode comprometer o orçamento da próxima administração.
Além disso, falta clareza sobre quais obras serão realizadas e como o recurso será usado.
Moradores e futuros gestores estão preocupados com o risco de que o projeto não saia do papel, deixando uma conta para a próxima gestão pagar, além de mais promessas não cumpridas para a população.
O decreto levanta uma pergunta simples, mas importante: por que tomar essa decisão agora, no apagar das luzes de um governo?
Com a posse de Gustavo Brasileiro se aproximando, essa ação do atual prefeito será um dos muitos desafios que o novo governo precisará enfrentar para reorganizar as prioridades e, sobretudo, recuperar a confiança da população.