
Desta vez, não há água nas torneiras, mas quando há, o barro é abundante.
Já são mais de 24 horas de desabastecimento e, enquanto a população sofre sem uma gota para beber ou tomar banho, as desculpas do poder público se acumulam mais rápido que as poças de lama nos canos das caixas d’água e torneiras.
A ironia é cruel: com tantas promessas de resolver os problemas hídricos, quem está no comando parece ser mais eficaz em transformar a cidade num cenário de seca, com barro por todos os lados, do que em garantir que a água chegue às casas do povo.
E quem é o culpado? Ronaldo Correia, que afundou o CAP junto com as promessas de melhoria, ou os atuais mandatários que se enrolam em desculpas tão esfarrapadas quanto as barragens improvisadas com saquinhos de areia?
O certo é que, enquanto os governantes e candidatos trocam farpas e evitam compromissos, os moradores de Patrocínio seguem comprando água no disque água e vivendo uma rotina de racionamento.
Afinal, o barro é a única coisa que parece abundar, enquanto a água, como rotineiramente, continua escassa.
Com tanto barro, quem pagará pelos danos?
Com tanto barro nas torneiras e promessas no ar, a pergunta que não quer calar: o DAEPA irá pagar pelos danos nos filtros, tubulações, máquinas de lavar e outros prejuízos causados ao povo de Patrocínio?
Enquanto a água encanada se mistura com terra e ar, os moradores continuam pagando a conta – e, claro, com juros.
A cada vez que o registro do hidrômetro gira, é mais ar do que água.
E o que o povo ganha?
Contas cheias e eletrodomésticos danificados. Filtros entupidos, máquinas de lavar avariadas e tubulações que parecem ter sido instaladas em meio a um canteiro de obras. Tudo isso sem qualquer menção de ressarcimento.
Será que o DAEPA vai arcar com os danos ou, mais uma vez, a conta ficará para o cidadão?
Pelo visto, o povo seguirá pagando um preço alto, enquanto os responsáveis, como sempre, seguem em silêncio.
Ainda sem água: O desaparecimento de Ronaldo Correia e o mistério por trás do silêncio
Desde sua última aparição, após afundar o CAP, improvisar barragens de saquinhos de areia no Córrego Feio e se envolver em um episódio com Pedro Moura, Ronaldo Correia, superintendente do DAEPA, simplesmente desapareceu – e essa parece ser a ordem.
Fontes ligadas ao governo atual afirmam que Ronaldo Correia tornou-se “persona non grata” na campanha de Mamazão e não é mais bem-vindo.
Isso parece fazer sentido, afinal, Ronaldo não foi visto em nenhuma reunião ou próximo dos candidatos.
Ou seja, mais um que foi usado e descartado por aqueles que hoje controlam a máquina pública.
Segundo informantes, Correia será desligado do governo após o dia 07 de outubro.
Mesmo que, por uma remota possibilidade, Mamazão vença – o que parece improvável –, o recado já foi dado: Ronaldo não será bem-vindo em um governo Mamazão.
Muitos sabem que Mamazão e Ronaldo Correia não se bicam desde a era Jorge Marra, quando este era secretário de obras.
Agora, com seu nome fora da jogada, Ronaldo desaparece sem deixar rastros, enquanto Patrocínio continua a esperar por soluções que não chegam, nem mesmo com o barulho das promessas no ar.