
A vitória do Centrão na composição da Câmara e do Senado selou um cenário previsível: nada mudará sem uma queda drástica na popularidade de Lula ou uma mobilização popular massiva.
No entanto, as próprias lideranças da direita foram peças-chave na costura dos acordos que concederam ao bloco o controle absoluto do Congresso.
Diante disso, a questão que se impõe é se essas mesmas lideranças terão disposição para incentivar uma mobilização que resulte em mudanças significativas, como um impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do próprio presidente Lula ou até mesmo uma anistia para perseguidos políticos.
Até o momento, as respostas não são animadoras. O senador Davi Alcolumbre já declarou que não pautará nenhuma anistia, encerrando qualquer esperança de uma solução institucional para aqueles que se consideram vítimas do atual sistema.
A chamada “direita” aposta agora em uma nova composição do Senado em 2027 para então buscar uma política mais efetiva.
No entanto, essa espera se choca com um dado inegável: o parlamento já é, em sua maioria, composto por políticos que se identificam como direita.
Foram justamente esses parlamentares que, acuados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nos últimos anos, agora se dobram às pressões e preferem a acomodação.
Talvez essa direita não seja tão sólida quanto aparentava.
Diante da possibilidade de um embate direto com o governo e o Judiciário, opta por um caminho mais conveniente, tornando-se parte do Centrão quando os ventos do poder e dos recursos financeiros assim determinam.
Essa mesma direita, paradoxalmente, está prestes a integrar a mesa diretora do Congresso sob o comando de figuras como Alcolumbre e Marcos Pereira.
Enquanto isso, brasileiros seguem sendo perseguidos, censurados, presos e economicamente sufocados.
A fome e a miséria continuam crescendo, enquanto o jogo político se desenrola sempre na mesma direção: contra a liberdade, contra a democracia e em benefício do Centrão, que segue garantindo sua própria sobrevivência às custas do país.