Na terra onde a política é uma verdadeira novela de terror, a morte do “Faraó” e o enterro simbólico de um grupo que destruiu Patrocínio se transformam na construção da “Tumba do Imperador” no cemitério municipal.
E, assim, o sucateamento do município se perpetua, com servidores parados, coordenadores de “férias” ou em home office, e uma dívida de milhões no IPSEM que parece não ter fim.
Para completar o cenário, a dificuldade em repassar informações para a equipe de transição revela a essência da gestão que governou a cidade por quase oito longos anos.
Esse governo não poupou esforços para perseguir servidores, comerciantes, imprensa (aquela que se atreveu a expor os escândalos de corrupção) e até cidadãos comuns.
Mas, como em todo grande espetáculo, chegou ao seu clímax: o fim do pacote de maldades contra seu povo.
Recentemente, o sempre perspicaz Portilho destacou uma atrocidade no cemitério municipal.
Uma invasão de um espaço tombado se transformou em um retrato digno de sociopatia, ou talvez algo ainda pior.
Estamos falando da construção de um Mausoléu, com jardins ao fundo da Capelinha sendo erguidos como se fossem um presente da realeza para o “Faraó”.
Segundo Portilho, a catimba está sendo orquestrada para uma família poderosa (mas nem tanto) da cidade.
Ironia das ironias, a prática de tomar lotes virou um hobby para essa elite, que não hesita em se apropriar até dos lotes do cemitério.
E o melhor: os tais lotes nem existiam, foram criados sob medida para atender aos desejos do “Faraó” antes de seu breve “falecimento” em 31/12.
A escolha estratégica de erguer a catatumba colada à capela parece ser uma tentativa de ficar mais próximo do perdão, para aqueles que viveram uma vida digna de monstros de filmes de terror.
E que beleza! O tamanho e a fundura da catatumba só fazem acentuar o desejo de que esses “monstros” cheguem logo ao inferno, pois não há purgatório que dê conta de tanta maldade e ganância no coração de pobres mortais.
Dizem que o “Faraó” agora se sente como um leproso, cercado por um ar de desprezo, já que ninguém quer se aproximar.
Os subservientes que antes ofereciam até a própria alma, agora se lembram de que votaram em pacotes de maldades que espremeram o povo como um limão.
A célebre frase “a arrogância precede a queda e a soberba antecede a ruína” nunca pareceu tão apropriada como agora.
Enquanto isso, os urubus e sua ninhada se dispersam para dar passagem ao “passarinho azul”, que, com mais de 28 mil apoiadores nas urnas, promete voar alto.
E assim, Patrocínio se despede de um capítulo sombrio, enterrando, junto com o “Faraó”, o legado de uma era que, esperamos, nunca mais volte.